O Palácio Nacional da Pena é como uma joia sagrada que coroa a Serra de Sintra. O parque circundante, em sintonia com o carácter de fadas do palácio, desperta emoções de mistério e descoberta. Nos seus cantos, os olhos perdem-se em encanto. Os tons coloridos do palácio, o maior expoente do Romantismo em Portugal e a eterna obra de D. Fernando II, Rei-Artista, abrem portas à imaginação de todos os que lá chegam, e os infinitos tons de verde que pintam o parque envolvente constituem um cenário idílico, muitas vezes sob o véu do nevoeiro característico da serra de Sintra. Como que saído de um conto de fadas, este lugar faz sonhar todas as gerações de quem por lá passa e que se deslumbram com ele.

Uma paragem no Palácio Nacional de Sintra para provar os doces tradicionais de Sintra.

Sintra foi, no século XIX, um dos primeiros berços da arquitetura romântica na Europa. O seu próprio clima e a consequente natureza atraíram os olhos de quem, tocado pela paisagem, ousou tocá-la com uma arquitetura deslumbrante numa harmonia edénica propícia à contemplação do belo e do sublime. É neste cenário pitoresco que encontramos, nos arredores do centro histórico de Sintra, a Quinta da Regaleira. Projetado e construído no final do século XIX, reflete a sensibilidade e os interesses culturais, filosóficos e científicos do principal proprietário, António Augusto de Carvalho Monteiro (1848-1920), juntamente com o virtuosismo do arquiteto e cenógrafo italiano Luigi Manini (1848-1936). A cultura e criatividade destas duas personalidades resultaram num conjunto arquitetónico eclético-revivalista, com particular enfoque nos estilos manuelino, renascentista, medieval e clássico.

Um retiro para escritores, Monserrate atraiu numerosos viajantes estrangeiros, especialmente ingleses, que exaltaram a sua beleza em relatos de viagem e gravuras. Quando Francis Cook, um rico industrial inglês do século 19 e grande colecionador de arte, visitou o local, ficou fascinado. Desta paixão nasceu uma obra-prima do Romantismo: o Parque e Palácio de Monserrate. Francis Cook realizou o seu sonho, transformando Monserrate no que conhecemos hoje, com os seus exuberantes jardins – que deslumbram o visitante com espécies exóticas dos quatro cantos do mundo – e um palácio que é uma verdadeira ode à arquitetura romântica, ao gosto refinado de Francis Cook e ao génio do arquiteto James Knowles Jr., que combinou várias influências lá. No entanto, a história deste lugar encantador foi marcada por muitas vicissitudes. Por detrás das suas majestosas muralhas profusamente trabalhadas, Monserrate esconde passados muito diferentes, que sempre exaltaram a sua beleza natural.

A cerca de 150 metros do mar, aqui pode ter uma vista abrangente sobre a Serra de Sintra e a costa, o que faz com que valha a pena a visita. Registos históricos apontam para a existência de um forte no Cabo da Roca no século XVIII. Desempenhou um papel importante na vigilância da entrada de Lisboa, formando uma linha defensiva ao longo da costa, especialmente durante as Guerras Peninsulares. Atualmente existem apenas vestígios, para além do farol que continua a ser um ponto importante para a navegação. Faz parte do Parque Natural Sintra-Cascais e é uma das razões do interesse dos trilhos pedestres que aqui se podem fazer ao longo da costa.

A Boca do Inferno situa-se na Costa da Guia, a oeste da vila de Cascais, em Portugal. O nome "Boca do Inferno" atribuído a este lugar deve-se à analogia morfológica e ao tremendo e assustador impacto das ondas que ali se fazem sentir. A característica que compõe a rocha no penhasco é carbonatada na natureza. Erosão exercida pela ação da água da chuva que, contendo dióxido de carbono dissolvido, provoca a dissolução do carbonato. Através deste processo, formam-se cavidades e grutas no interior dos calcários. É bem possível que o local tenha sido uma antiga gruta. Com o colapso das camadas superiores, a gruta terá sido destruída, deixando uma enorme cavidade ao ar livre. Com características únicas, é um local de lazer, onde se pode desfrutar de uma paisagem divina e magníficos pores-do-sol, sendo apenas ofuscado por suicídios não raros cometidos na sua perigosa e desprotegida falésia.